13.8.07

O Baú....

Estou começando a fechar a temporada carioca, começando a empacotar algumas coisas, e algumas histórias...

Tenho mtas histórias e para empacotá-las todas vou precisar de tempo, então aos poucos, vou começar por empacotar uma que só cabe num baú, a maioria de vcs já a conhece, mas como li num email de uma amiga hj, de repente empacotando a história se vai de vez...

Eu vim pro cá certa de que se eu e ele estivéssemos na mesma cidade tudo, num passo de mágica, daria certo... Cheguei aqui tão empolgada com a cidade nova, com o trabalho novo e com a casa nova que nem me dei conta que os dias iam passando... Quer dizer, até me dei conta sim... Mas sempre que eu pensava que as coisas demoravam a acontecer com ele, eu mesma me respondia: "Calma, vc ainda tem longos seis meses pela frente!" (Hj eu já sei que seis meses não são absolutamente nada...), e ia indo... Até que meu telefone tocou, e era ele... Ironicamente, ele que era a minha maior ligação com a cidade foi quem fez a primeira ligação para o meu novo celular... E qdo eu escutei a pergunta: "Vc ainda me quer?", respondi sem pestanejar: "Claro que eu quero"... Aí tenta marcar pra um dia, não dá, discute no outro dia, marca pra determinado dia e desmarca, até que de repente em plena terça feira de não fazer nada: Vamos fazer alguma coisa hj? Vamos, claro que vamos!!! E fizemos, tudo igual, como sempre, e por ter sido tudo tão igual, como sempre, logo agora que era tudo tão diferente, foi pior... E acabou pior ainda, comigo indo embora, com o coração na mão, sabendo, desde aquele momento, que na verdade aquela desconfiança era verdade... Ainda tentei consertar, ignorar aquela desconfiança tão certa, fazer os antigos joguinhos pra ver se eles davam certo, mensagem pra cá, email pra lá, silêncio de birra, que não durava nem uma semana, ligações etilizadas na madrugada... Até que arrumei uma "peneira" pra tapar o sol e me tapear... Parei de ligar, deixei de responder, recusei convites... E fui me enrolando com a peneira (peneira esta que virou mais uma mala pra eu carregar...), e fui me tapeando aos poucos... Ainda mais depois que eu encontrei tranquilamente andando de mãos dadas com ela, e ainda ter tido o desplante de olhar pra trás e piscar pra mim, a primeira coisa que me veio a cabeça foi: "Queria tanto ser eu a estar andando de mãos dadas com ele pela rua... Mas logo depois pensei: "Podia ser eu ali, fazendo papel de trouxa, andando de mãos dadas com um cara que anda pela rua piscando pra outras... E depois de mais um tempo, resisti com graça e elegância a uma de suas melhores investidas (Ainda bem que eu não tinha bebido nada nessa noite...) E assim, depois de meses (viu como 6 meses não são nada, principalmente, qdo vc só tem esses seis meses pra resolver um caso sem solução) sem o ver achei que estava suficientemente remediada pela peneira, mala ou qq nome que caiba aí... E que já podia o ver de novo, até pq sempre disse a ele, aos meus amigos e a mim mesmo, que nunca deixaria de ir pra aquele acontecimento por causa dele, pq ele era parte do acontecimento e não o contrário. Então numa noite de sexta, me arrumei toda, e subi o Pão de Açúcar, aquela vista cinematográfica, e já fui logo tomando umas cervejinhas, logo eu que nunca tomava cervejinha em acontecimentos como este... E qdo eu menos esperava (ou mais ansiava...) lá estava ele, com todos os seu trejeitos, com todas as suas piscadelas, com todas as suas gracinhas que me deixavam sem ar... e naquele momento eu vi que a peneira era só uma peneira, e que tudo que eu queria era recuperar todos aqueles meses que saí correndo atrás daquela peneira, pra correr uma maratona que fosse, atrás dele... Mas de repente, uma conhecida que estava conosco, sem nem ter idéia do que fazia, me fez ver a realidade nua, crua e dura, mto dura... A realidade ainda me cumprimentou e disse: "Muito Prazer", e eu automaticamente respondi: "Igualmente" (Como assim igualmente???? O que eu queria mesmo dizer naquela hora era: Infelizmente não posso dizer o mesmo, pois preferia que vc não existisse...) Aquela desconfiança era mto mais que verdade, podia ser até mais do que verdade, podia até ser que eu tivesse feito papel de palhaça por mto mais tempo do que eu já tinha imaginado.... Desci no bondinho, olhando aquela vista inebriante, sem nem ter noção daquela beleza toda, cega, surda e muda por conta do nó que estava na minha garganta...
Durante a madrugada, como era de hábito, recebi aquela ligação rotineira, de certo ele havia deixado a realidade em casa, e partido mais uma vez pro seu joguinho sádico de querer me tapear.... Joguinho esse que ele ganhou tantas vezes com suas voz grave e rouca dizendo como ele disse naquela madrugada: "Te chamei pra dizer que vc estava linda hj a noite"... Na manhã seguinte, ainda meio atordoada, cheia de coisas pra fazer, cheia de problemas de trabalho, recebo mais uma chamada desse ser, e eu não queria mesmo falar com ele naquela hora, sabia que aquela conversa não tinha como acabar bem... Mas ele insisitiu, insistiu e insistiu... E a conversa não acabou bem como eu já previa, foi na verdade a pior conversa que eu já tive, com ele ou com qualquer outra pessoa... Falei coisas horríveis (algumas até eram verdade) só pra machucar, acho mesmo que queria fazer ele sentir a dor que eu estava sentindo... Não funcionou de certo, pois ele nunca ia sentir a dor que eu sentia, pois ele nunca se importou tanto assim com a minha opnião... E aquilo ainda me fez mal, daí eu chorava pela realidade que era tão ruim, ter provocado em mim uma reação tão maldosa, e tão sem precedentes...
Deste momento resolvi levar a vida adiante, e daí a história que dá pra encher uma mala voltou a cena aos poucos, tb conheci um outro, que me deu histórias pra encher ao menos uma mochila... Mas a pouco tempo atrás achei que a história toda em si, tinha me dado muitos presentes, muitos mesmo... E que ela não poderia ficar do jeito que ficou, então escrevi um email mto racional meio que explicando tudo que se passava na minha cabeça... Tenho que confessar que enquanto não recebi a resposta, lá bem no fundo restava uma esperança de receber uma resposta dizendo: peraí, num é bem assim, vc é a mulher da minha vida... Mas a resposta veio e não era essa, mas era uma resposta ótima, contendo o final perfeito pro final dessa história, pela primeira vez na vida percebi que ele falou a sério comigo, sem nenhuma intenção de me enrolar, e acho tb que pela primeira vez na vida ele conseguiu entender o que foi que se passou na minha cabeça, durante todo esse tempo que toda essa história que só cabe nesse baú enorme se passou...

Ok, primeiro volume concluído... Mas ainda há diversos outros pela frente...

Bjs pra todos e até o próximo item da minha bagagem...

7.8.07

Alô vcsss...

O Pan veio, o Pan foi e tudo que posso dizer é que foi f...

Foram tantas coisas, tantos momentos, que eu nunca vou poder explicar... Só quem tava aqui sabe o foi isso...

Tô quase terminando meu job, e no meio do inventário de mobiliário, comecei a fazer tb um inventário de causos, de pessoas, de emoções...

Então vamos lá:

- Trabalhar no Pan, com todos os erros, acertos, problemas, dificuldades foi FENOMENAL... Escrito assim mesmo... Com todas as letras maíusculas... Foi bom pra mim como profissional, foi ótimo pro meu currículo, mas foi espetacular pra mim como pessoa!!!

- A arena em movimento era uma mistureba de gente que nunca acabava... Gente bacana, gente nem tão bacana assim, gente mala pra c......, gente querida, gente eficiente, gente incompetente...

- Conheci ao todo umas 20 pessoas com quero mesmo manter contato, umas 5 que nunca mais quero ver, e dúzias de pessoas que eu certamente vou ficar feliz se reencontrar pela vida...

- Vivi momentos de alegria imensa, tensão imensa, tristeza imensa... Enfim... Nesta arena imensa tudo se ampliava...

- Passei madrugadas acordada tentando resolver um probleminha aqui, outro ali, dormi escondida no container qdo não aguentava mais, voltei a ser crinça e brinquei de escalar a enorme estrutura metálica...

- As minhas rondas começavam pela área de público, onde tinha que ouvir aquela ladainha de todo o dia, dos pobres maletas dos voluntários, que se esgoelavam pra indicar a seção A, B, C, D e por aí adiante...

- Depois da área de público me deparava com a gerência de operações... Gerência disso, gerência daquilo, sempre tinha alguma coisa que alguém precisava... Algum comentário que tinha que ser feito naquel instante...

- Passava então por debaixo da área vip, onde voluntários mau humorados tinham a mania de barrar todo mundo, e daí toca explicar a eles que eu tinha que subir e levar o garoto da forração comigo, pq se o Bonner tropeçasse no carpete que tinha se soltado a culpa seria minha...

- Aí, mal entendidos resolvidos, passava pra área de árbitros e depois pra área de atletas, aquele monte de gatinhos... Treinando o dia todo... Pra delírio da mulherada panamericana!!!

- E por fim chegava na área F, ou favela, ou área da festa... Como vcs preferirem chamá-la...
Lá era a área em que nossos fornecedores esperavam ser chamados pra apagar algum incêndio, lá tb ficava a equipe do lixo, formada por três figuras que insistiam em se apresentar como fulano do lixo (foram altas risadas sempre que atendia o telefone, e um deles dizia: Oi, Stelinha, aqui é fulano, do lixo...), e tb tinha o trio Logística, os três garotos mais cariocas que conheci aqui... Mas não levem isso como ofensa a eles não... Três malandros cariocas super boa praça...

- E qdo chegava ao fim da ronda voltava área por área, cumprimentando as pessoas, tentando resolver um probleminha aqui, outro ali...

- E logo depois começava tudo de novo!!!!

- Na ACO, sigla da Arena de Copacabana, vi o Brasil atropelar todo mundo que passou pela frente... Posso até estar enganada, mas acho que nem ele e nem elas perderam um set sequer...

- Vi duas duplas brasileiras serem coroadas campeãs, vi por duas vezes a nossa bandeira ser içada ao posto mais alto, e ouvi nosso hino, por duas vezes tb...

- Acompanhei tudo isso, com o coração na boca, em uma das salas debaixo da quadra, e nela apesar de estar sempre lotada, o máximo que se ouvia era um resmungar de leve, de alguém tentando esconder o choro...

Por isso...
E por muuuuuito mais que isso..
Tenho certeza que essa foi uma das minhas decisões mais acertas...
E tb tenho certeza que nuuuuuunca vou esquecer dos meus dias no Pan Rio 2007!!!!